O suicídio dizima não somente a vida daqueles que põe fim em suas vidas, mas, também, por consequência necessária, a vida de suas famílias. São as famílias em uma miscelânea de sentimentos, entre dor e culpa, ficam atônitas sem saber como agir. Por isso, deve- -se falar em suicídio.
Segundo informação do Ministério da Saúde, o número de suicídios aumentou de 2011 a 2015 em 12%. Em 2015, foram registrados 11.746 suicídios, ainda, que homens se matam mais que mulheres (79%), mas as mulheres, por sua vez, tentam mais que os homens, sendo que o índice maior ocorre entre os idosos. O suicídio é a quarta maior causa comum de morte entre jovens. Além disso, a Região Sul é a líder em suicídios, sendo o Rio Grande do Sul, dentre os Estados, o com maior número.
Desde 2015, foi instituído o "Setembro Amarelo" em nosso país, como o mês de prevenção ao suicídio, sendo dia 10, Dia Nacional de Prevenção ao Suicídio, uma campanha para discussão e prevenção. A cor amarela teve origem quando Mike Emme, adolescente de 17 anos, suicidou-se em 1994. No velório, seus pais fizeram uma cesta e os amigos dele colocaram 500 cartões e fitas amarelas (cor do carro Mustang que o adolescente restaurou e amava), com a mensagem: "Se precisar, peça ajuda".
Em pouco tempo, espalhou-se pelos Estados Unidos e ficou como símbolo da campanha. No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV), organização sem fins lucrativos, destina-se a dar apoio emocional e prevenir o suicídio, basta ligar para o número 188. É necessário prestar atenção a alguns sinais. A depressão é fator de alerta, assim como histórico familiar de suicídio, isolamento, solidão (idosos), etc. É falso afirmar que quem fala não se mata. Por diversas vezes, eu mesma presidi inquérito de investigação em que ocorreu suicídio (morte violenta, deve ser investigada), com depoimentos de familiares dizendo que muitas vezes a pessoa havia dito que tinha intenção de se matar, "que ia deixar todos em paz", que "não aguentava mais viver". Essa é a questão, a pessoa tira sua vida para acabar com a dor profunda que sente, mas não porque deseje morrer.
Não se noticia suicídio para não ocorrer o chamado "suicídio por imitação", o que comprovadamente já ocorreu. Com a divulgação de um suicídio, outros podem ocorrer. O que mais interessa e importa dizer para aquele que tenha pensamento suicida é: procure ajuda, não é vergonha, não tenha medo, não deixe a dor tomar conta, converse com alguém, não se isole, tantos já passaram por esse problema, não pode e não deve ser o fim, mas quem sabe um recomeço, uma nova perspectiva, com todas as dificuldades que todos têm em suas vidas e que todos aqueles sorrisos e vidas perfeitas das redes sociais não são totalmente reais. Existe dor, tristeza, choro, dificuldades, decepções, os quais não são retratados nas "selfies".